Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo ...

10 de fevereiro de 2024

Açougue dos desejos

paradoxo, a carência desenfreada
e a necessidade em ser visto com atenção
assassinam os nobres sentimentos
para que a carne esteja em exposição.
 
genitália em promoção, 
corpo exposto, 
na fria câmara do prazer, sem enfoque
os sentimentos abatidos em vida,
satisfaz o imediato desejo do toque
 
cortes precisos, desejos dilacerados,
embalados em telas profundas de solidão
o coração em silêncio e cansado,
com fotos mendigando orgasmo e atenção.
 
sem saber, meu corpo também é mercadoria
faz parte do balcão online, de paixões vazias,
dos instintos fisiológicos, desejos efêmeros
sem completude e lançado aos ventos.

Daniel André.

2 de novembro de 2023

Consciência negra

 


No raiar do sol, na dança do vento,
na força ancestral que habita o tempo,
a consciência negra, emerge sua voz
marcando história de luta
contra o racismo feroz.
 
pele negra, símbolo de resistência,
carrega em si um mar de vivências,
memórias que atravessam gerações,
conquistas e superações.
 
dos campos de Angola
aos navios negreiros,
da chibata cruel
aos quilombos guerreiros,
e hoje cultuada, em diversos terreiros.
 
na diáspora forçada, trouxeram raízes
culturas vibrantes, crenças e matrizes,
da África ancestral
para o novo mundo,
o amor supera,
qualquer transe profundo.
 
a negritude é afirmação,
uma potência em ação,
que celebra a negra beleza
e a diversidade da nação
e com avanços e retrocessos
a nossa voz, ecoa no universo
lutando pela igualdade,
por direitos e dignidade
somos negros e também somos
a sociedade.

Daniel André.

9 de setembro de 2023

Labirinto: amor e pecado

 


O absurdo
se encontra no labirinto dos sonhos, 
onde o amor e o pecado se abraçam
num beco escondido, 
numa etérea fecundação
exposta em telas rabiscadas de desvario, 
pois a poesia também se revela
num mundo sombrio.
 
O amor qual fogo ardente, 
incendeia a alma e a carne,
em chamadas proibidas que o sagrado 
não aprova e nem se desgarra.

e de encontros clandestinos, 
o corpo é o próprio tributo 
dessa ardência, desse suor, 
que a efêmera urgência impulsiona
para o instituto chamado prazer.
 
No céu es
trelado, o amor percorre livre 
e o pecado, vil e sedutor, 
a correr atrás desse cio de liberdade 
nas sombras da noite, 
onde segredos são revelados.

Entorpecidos, cansados e enlaçados
desabrocham-se num beijo de língua
sem saída, sem opções.
 
Mas o amor, tão puro, 
é o antídoto ao pecado,
acalma a alma, 
dando paz, ao coração machucado
e como redenção, 
nos conduz a um destino
onde a saída é um caminho
lindo e cristalino.


Daniel André

6 de setembro de 2023

Tributo a mãe natureza











Natureza, tesouro mais precioso,
que nos presenteia com vida, ar puro,
teu esplendor, um presente grandioso,
o legado de preservação para o futuro.
 
Em tuas florestas e bosques,
habitam seres de rara beleza e diversidade
de cores, de cantos, de flores,
em um manto verde de majestade!
 
Deságuam suas veias aquíferas
os rios cristalinos, fonte de vida e calma
o lar de peixes e várias espécies
sol, o astro rei do ciclo da água.
 
Oceano, berço da vida marinha,
corais, manguezais... a biota do mar
estrelas e polvos dançam nas algas
com os golfinhos que cismam em cantar.
 
As montanhas imponentes, altivas e belas,
guardiãs de histórias e mistérios fascinantes,
preservá-las é honrar nobres estrelas
que encantam como um belo diamante.
 
Oh natureza, és mãe generosa e divina,
onde a vida floresça em seu pleno fecundo
com amor, consciência e respeito
cuidemos da nossa casa, o nosso mundo.
 
Daniel André

25 de agosto de 2023

O amor segundo Dali

 


Nas asas de um peixe dourado,
o amor ... flutua
e enquanto o luar de manteiga
derrete corações em aquarela,
os relógios de areia borbulham
num compasso que perpetua,
para as borboletas dançarem
a valsa com a ideia mais bela.
 
Os beijos, são chuvas de estrelas
coloridas e brilhantes,
os abraços são de árvores que abraçam,
raízes que entrelaçam
no jardim da mente.

Sonhos crescem como amantes,
e palavras voam, numa sincronia 
que não se desfaz.
 
O amor é o relógio que goteja,
mas o tempo não importa,
ele percorre entre dimensões
em um mundo sem amarras
da paixão, onde a realidade 
se distorce, suave e torta,
e o coração, tela em branco, 
recebe as pinceladas mais raras.

Daniel André.